sábado, 7 de fevereiro de 2009

é começo.

É na noite - madrugada - que tudo funciona para mim. Uns querem o dia, o sol, não trocam uma praia por nada, uns querem a noite, a lua e não trocam um programa de música por nada. Sou eu. Como música, bebo música, respiro música. Realmente, não troco a noite por nada. Vivo nela. Dormir quase amanhecendo mesmo tendo dezenas de coisas no dia seguinte, mas a madrugada fala por si, é onde tudo se move na mais perfeita sintonia. Não quero mudar isso. No Rio de Janeiro, tudo começa na madrugada, as casinhas ali na Zona Sul, as bandas mais diversas possíveis, do funk ao rock mais fuleiro possível, onde tudo se mistura e já não é mais um som qualquer. Todos se falam, muitas caras bonitas, guitarras de um lado, vestidos do outro, grafites, colagens, é tudo como gosto. Você não tem vontade de dormir, tem vontade de fazer durar mais. Você vai algumas vezes e já se sente em casa, como tivesse seu próprio estúdio em casa. Quero um estúdio desse, uma casa dessa, onde as pessoas entram e saem felizes, não querem que os julguem, que não importam com o que outro acha ou deixa de achar, ali já é diferente. Quero um lugar diferente. Quero voltar. Noites cariocas. Eu pensava: "-Quero viajar, quero outro lugar." Quero não, quero ficar, quero dançar ali mesmo. Ainda existem lugares para fugir, são pequenos, lugares pequenos, com poucas luzes, com muita música, mas, é esse o lugar.

"- Vai um Mojito?"

4 comentários:

  1. em um mundo perfeito
    homens e mulheres poderiam andar a noite
    sem medo de colocarem suas vidas em riscos
    eu ja fiz muito isso
    mas hj preservo um pouco mais minha vida
    mas é uma pena que n podemos liberar toda essa energia na rua, a cidade se move, a solidão fica mais explicita
    e ate por isso é mais facil se conectar
    mesmo que no dia seguinte, utilizemos a mascara de novo, durante a madrugada deixaremos ela cair(de novo).
    e claro, tem o milagre das quatro da manhã
    ahh, se eu sempre fosse como sou as quatro da manhã.
    a questão é que vivi mais a noite do que de dia
    e ate por isso acho que tudo que aprendi foi quando o silêncio da noite reinava
    e meus pensamentos se solatvam.
    bom, estou enrolando somente pra falar que a noite tb me sinto mais vivo
    excelente texto
    bjs

    ResponderExcluir
  2. Em minhas noites também tem música, mas são elas, músicas e madrugadas, todas virtuais. E por você, as melhores das quais lembro são nossas.

    ResponderExcluir
  3. Muito legal, Marcella. Tb compartilho muitas de suas opiniões, especialmente sobre o consumo de música e a adoração pelas coisas na madrugada. Vou tentar acompanhar seu blog. Boa sorte com ele e aproveite bastante o espaço. Sei que irás aproveitar. Gosto do modo que vc escreve.
    Beijo,

    ResponderExcluir
  4. Há, engraçado essa coisa da gente sempre querer fugir, querer mudar, querer ir pra outro lugar, e esquecer que por mais diferente que seja o espaço, a gente continua igual. Um pouco como naquela história que você escreveu pra minha revista, lembra? E as vezes o mais interessante é ficar e descobrir não só novos lugares, novas sensações, novas pessoas, mas também um novo você, mais completo.

    Mas fugindo das reflexões da madrugada meso influenciadas pela minha privação de sono (acordada desde as 8 da manhã e no momento são quase 5:30...), eu tenho que falar que adoro textos cheios de referências que eu entendo =) Achamos nosso lugar, né?

    Mas não se esqueça: podemos sempre achar outros.

    Te amo né, como sempre!

    ResponderExcluir