quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"Olhar o sol nascendo sobre sua cabeça, sentir-se livre. Quantas palavras vão me falhar em minha negligência? Prender, oh sim, essa parte louca de mim! Quantos idiotas eu permitirei destravar a porta do meu coração, quando eu sei que, sei que eles não deveriam ter possuído a chave. Se passou muito tempo, e a levada em meus corações há pouco idos. Oh minhas cabeças nas nuvens! Mas estou pousando meus pés..."


Não cheguei a conclusão se quando nasce o sol, ainda é a madrugada ou é mais um dia de verdade. Não se dorme nas noites mais agitadas de carnaval, família reunida, risos pelos cantos, histórias para serem lembradas, amigos juntos e sem querer dormir - como é bom não dormir! - ir para a praia. Daqui, você não leva dez minutos para ir caminhando para praia, bem menos até. O céu azul e a decisão de ver o sol nascer, raios aparecer, sentir a brisa, ver os pássaros deslizando pelas águas ao som de "quero-quero-quero-quero!" - som dos pássaros - e esquecer do que ainda nos atormenta em dias normais. Ah! Se todos os dias fossem assim com vocês.

Eu cresci em meio a carros, ônibus, barulhos, fumaças, gritos, caras emburradas, embora lembre de muita coisa boa. Tudo tem seu lado bom na vida, mas em dezoito anos notei muito estresse em minha volta, em pessoas que conhecia e até as que não conhecia, conseguia notar. Hoje, não procuro, não vejo e nem quero ver o que já vi muito, por aqui eu tenho a calmaria que desejava. Não troco. Tenho meu momento de querer toda aquela vida de volta e tenho em tempo que me permito e da mesma maneiro tenho a calma até onde me permito. É bom conseguir controlar o que quer. Nada melhor!

Cinco e meia da manhã e uma estradinha que liga até a praia, e o céu em uma mistura de rosa, amarelo, azul, raios de sol, vento frio - friozinho gostosinho! - e não ter hora para sair de lá, registrar momentos, sentir seu pé afundar em areia, olhar para um horizonte sem fim, faz tudo virar pó, pó de prazer, um orgasmo de felicidade. Eu gosto disso todo dia. Os pássaros cantam e eu quero que cantem mais e mais. A grama cresce pelos arredores e eu sinto o cheiro. As nuvens formam desenhos no céu ... é infinito.

E agora penso: "Ainda é noite quando o sol está raiando."

Não quero ter limites! Não quero que dêem-me limites!

vídeos do dia:
- A minhoquinha, o golfinho e o siri.
-O sol nascendo e a gente conversando.

Beijos e mais beijos!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"Me sinto em casa em qualquer lugar, mas sou turista em todos, sou viajante em qualquer lugar, sou uma parte do todo..."

(foto por Marcella Bié)

O Rio de Janeiro nunca está vazio. Nunca há o vazio por aqui. Sempre é cheio de sorrisos, alegria, gargalhadas, conversas, bares, luzes, lua, há um mar que reflete a noite carioca nos olhos de cada um. Um dia me disseram: "-Carnaval o Rio fica só!". Eu bem que acreditei por uns instantes, mas lembrei que quem conhece esse lugar sabe, sabe da verdade, sabe que o asfalto tem vida, que a areia voa a noite inteira, que as luzes cantam junto de motores de carros, que pessoas caminham pelo calçadão sem esperar nada em troca, que há música por todos os cantos e como alguém ainda ouse em dizer que o Rio é vazio. Não conhece. Não conhece, só pode!

Não sei se sou tão fã de carnaval como queria ser, não sei porquê. Sei que gosto, mas no fundo, não sei o que há. Só sei que gosto de muitas cores, das músicas folclóricas, das danças, eu mais gosto do carnaval-de-verdade, porque é tudo muito novo. Pode ser tradicional, de anos, mas todo ano parece ser novo. Já algumas cidades adotam carnaval, como shows de artistas, rock, pagode, samba, marchinha, choro, funk, bebidas a jato e banheiros públicos. É engraçado como com o tempo as coisas mudam. No final, a festa sempre acaba sendo boa, em boa companhia.

Há os que preferem a própria casa, o próprio café, o próprio livro. Eu até gosto, gosto de ver tudo sossegado. Mas aqui é casa é litoral, então como muitos devem saber, impossível ficar sem movimento no carnaval, sempre o mínimo é de dez pessoas na casa. Lembro-me que no ano passado a casa chegou a ficar com dezessete pessoas, pessoas por todos os lados, não havia silêncio, só era churrasco, bebida, festa na cidade, todo mundo dormindo de manhã e acordando a tarde. É bom, tudo isso é muito bom. É difícil querer um carnaval quieto, por mais que eu queira experimentar uma vez isso na minha vida.

No Rio de Janeiro se for analisar ao pé da letra, todo dia é carnaval. Só que na época de Carnaval, há mais blocos, rodoviária, aeroportos e estradas cheias, pessoas vem e vão, mas nunca só um lugar como este. Por agora, já começa chegar gente por aqui, então, boas festas!


Fico feliz de ter recebido dois "prêmios" de blogs que pessoas acompanham, no caso, cada um responsável por ter me dado o selo, os selos. Queria agradecer ao Leandro Costa por ter me premiado com o selo "Olha que blog maneiro!" e ao Vinícius Magalhães por ter premiado com o "Gostei do que li.".

O blog de Vinícius Magalhães o criador do selo "Gostei do que li." visa incentivar blogs/sites de conteúdo originais/pessoais, que tragam conhecimento ou que simplesmente divulguem a arte da escrita e a leitura de blogs que se encaixam neste modelo.

O certo seria indicar cinco blogs para o "Gostei do que li." e dez blogs para o "Olha que blog maneiro!", mas agora seria o tanto que complicado selecionar dez blogs, então colocarei cinco blogs dos quais gosto bastante como premiados para o selo, mas na hora dessas pessoas premiadas escolherem outros blog, que fique valendo a regra verdadeira.

- Marcela Dantés
- 30deoutubro
- Carolina Parral
- Manoel Rolim
- Camila Becker

Para os que indico: Pegar selo e postar como prêmio, postar link de quem indicou e para quem indicará.

- "Olha que blog maneiro!" indicar dez blogs.
- "Gostei do que li." indicar cinco blogs.


Obrigada de novo. Beijos e mais beijos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

"lá a gente se mistura, não tem razão, só tem coração bom..."

"de chegar no palco do Circo e todo
mundo botar a mão pra cima, lá eu aprendi que tem que
tá sempre alerta, um bom lugar, uma boa conversa,
pedaço cheio de gente trabalhadora, fica ou não de
bobeira de segunda a segunda-feira, correr atrás do
seu espaço nos palcos, ou, ficar esperando o sol
nascer atrás do Arcos, se não conhece, pode chegar
parcero, o coração da Boemia, Centro, Rio de
Janeiro..."


É bom lembrar de como a Lapa só me trouxe coisas boas. Que tive noites o tanto que comentadas, outras muito movimentadas. Mas parece uma sala, que quando você olha para um lado tem pessoas que curtem samba, quando se olha para outro pessoas curtem funk, quando se olha para o fundo tem rock e logo no bar do lado tem forró. Dá pra entender o que acontece ali, talvez seja a melhor idéia, todos estarem juntos. Pessoas diferentes por todos os lados, "tribos" é o que todos dizem, "tribos distintas" é a melhor definição a ser dada. Mas isso, é o de menos, isso não impede que um se divirta e o outro cante pra todo mundo ouvir.

Lapa, Botafogo, Leblon, Gávea, Ipanema, Flamengo, todos esses lugarzinhos tem seus bares(point), casas de show, pequenas casas de show, tudo de que o Carioca e outros precisam. Eu não troco por nada. Circo Voador, que lugar é aquele? Ou esse(da foto)? Eu que já pude ver de perto, ver shows, pude entender um pouco dos projetos a serem oferecidos, a mistura das tribos como havia falado. É bom até demais. Drinks dose dupla, um barzinho com bancos altos, do outro lado oficinas de grafitti, exposições pelo pátio, barraquinhas de brechó até barracas sobre ecologia, sobre plantações, tudo em um preço bem carioquinha. Uma pista revestida à madeira, um palco onde pessoas das mais diversas cidades sobem, uma arquibancada no andar de cima, onde a visão é bem boa, mas onde as pessoas disputam por um lugar. É um lugar onde se entra e não quer mais sair.

Um dos meus lugares preferidos. Nunca tinha visto rappers ao vivo, achei que seria um tanto que tediante estar vendo-os, mas não, quando estive por lá foi tão bom vê-los cantando e ao mesmo tempo mostrando a arte, o graffiti. É bem claro, você vai a Lapa e não sai sem se divertir. Pouco dinheiro, muitas horas em um lugar onde não há preconceito. Quero voltar, rápido!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

é começo.

É na noite - madrugada - que tudo funciona para mim. Uns querem o dia, o sol, não trocam uma praia por nada, uns querem a noite, a lua e não trocam um programa de música por nada. Sou eu. Como música, bebo música, respiro música. Realmente, não troco a noite por nada. Vivo nela. Dormir quase amanhecendo mesmo tendo dezenas de coisas no dia seguinte, mas a madrugada fala por si, é onde tudo se move na mais perfeita sintonia. Não quero mudar isso. No Rio de Janeiro, tudo começa na madrugada, as casinhas ali na Zona Sul, as bandas mais diversas possíveis, do funk ao rock mais fuleiro possível, onde tudo se mistura e já não é mais um som qualquer. Todos se falam, muitas caras bonitas, guitarras de um lado, vestidos do outro, grafites, colagens, é tudo como gosto. Você não tem vontade de dormir, tem vontade de fazer durar mais. Você vai algumas vezes e já se sente em casa, como tivesse seu próprio estúdio em casa. Quero um estúdio desse, uma casa dessa, onde as pessoas entram e saem felizes, não querem que os julguem, que não importam com o que outro acha ou deixa de achar, ali já é diferente. Quero um lugar diferente. Quero voltar. Noites cariocas. Eu pensava: "-Quero viajar, quero outro lugar." Quero não, quero ficar, quero dançar ali mesmo. Ainda existem lugares para fugir, são pequenos, lugares pequenos, com poucas luzes, com muita música, mas, é esse o lugar.

"- Vai um Mojito?"